Postado em 23 de Março de 2018 às 14h54

A saúde de Chapecó está doente

Chapecó – Embora o acesso às informações públicas sejam direitos dos cidadãos, previsto pela Lei 12.527/2011, muitas entidades insistem em negar o pedido ao acesso. O Conselho Federal de Medicina (CFM) solicitou em 2017 para as secretarias de saúde, informações sobre a existência de filas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Entretanto, quatro estados afirmaram não possuir informações sobre a existência de filas e, dois negaram o pedido. De acordo com o CFM, o Brasil registra mais de 900 mil procedimentos para cirurgias.

A família da Marcia Friederich é uma entre as milhares que precisam utilizar o SUS. "Eu sou paranaense, conheci o meu marido quando fui morar em São Paulo. Moramos em Chapecó desde 1995", ressalta Marcia. O estado de São Paulo registrou 144 mil procedimentos pendentes.

A pouca estrutura nas unidades de saúde e a demora no atendimento é um problema que abrange a maior parte dos estados brasileiros. O Maurício, marido da Marcia, ao sair do trabalho em uma quarta-feira do mês de março de 2015 ficou com o lado direito do corpo paralisado, características que indicavam um acidente vascular cerebral (AVC).

Marcia ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Porém, Maurício só recebeu atendimento quando os vizinhos o levaram para uma unidade de saúde. No tempo o SAMU recebeu muitos trotes. Logo, não acreditaram na veracidade do pedido de ajuda. A família aguardou ansiosa no hospital, Maurício precisou fazer uma série de exames para descobrir a causa do seu mal-estar.

Por conseguinte, Maurício foi diagnosticado com um tumor na cabeça, que tinha o tamanho de uma laranja. Entretanto, o tumor está enraizado, o que significa que o Maurício realizará cirurgias por toda a vida para controlar o tamanho e também necessita tomar inúmeros remédios por dia. As unidades de saúde têm parte da medicação que o Mauricio precisa.

Porém, a Marcia não pode contar com este benefício todos os meses, pois falta com frequência, ou seja, até mesmo os remédios que ela tem direito, muitas vezes é necessário comprar. No total ele precisa de 15 medicamentos, seis a família compra e paga por mês R$ 700,00 por estes, precisaram realizar uma vaquinha online, para suprir os medicamentos o SUS não oferece Marcela, a filha do casal, fica com o pai. Portanto, não pode ajudar com a renda em casa.

Além disso, ela também espera tratamento no SUS, pois desenvolveu a síndrome do túnel do carpo no braço direito, Marcela não tem força e nem agilidade. O mandato entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Chapecó, mas ressaltaram não ter informações sobre a fila de espera do SUS. Entretanto, entrevistamos 60 pessoas, destas 30 são mulheres e 30 homens. 

Mulheres:

* Seis esperaram em média dois meses e meio para consultar com especialista;

* Sete aguardaram em média 10 meses para fazer o exame;

* Quatorze precisaram esperar em média três anos e seis meses para realizar a cirurgia;

* Três nunca precisaram utilizar o SUS;

* Duas das 30 mulheres disseram que conheceram alguém que faleceu ainda quando aguardava na fila para um procedimento urgente;

* Oito ficaram satisfeitas;

* Dezoito ficaram insatisfeitas;

* Quatro prefiram não opinar.

Homens:

* Sete esperaram em média oito meses para consultar com especialista;

* Onze aguardaram em média um mês para fazer o exame;

* Oito precisaram esperar em média dois anos para realizar a cirurgia;

* Quatro nunca precisaram utilizar o SUS;

* Oito ficaram satisfeitos;

* Dezessete ficaram insatisfeitos;

* Cinco prefiram não opinar;

* Um ainda frisou que precisou voltar para o Paraná, pois quando veio morar em Chapecó ele não foi atendido.

 

A Mari é uma das mulheres que afirmou conhecer alguém que faleceu esperando um tratamento por meio do SUS. A mãe dela foi a óbito em 2007 e, em 2012 a Mari precisou ir em uma unidade de saúde para consultar, foi aí que descobriu que a mãe dela ainda estava na fila de espera por cirurgia. "Não contei que a mãe já tinha falecido. Estou só esperando alguém me ligar pra dizer que chegou a vez dela", frisou a ex-enfermeira.

O Sistema de Centrais de Regulação (SisREG) oferece informações sobre as consultas, mas é necessário que todas as ações de interesse público estejam disponíveis para todos. Em Chapecó, os vereadores não aprovaram pela quinta vez consecutiva o Projeto de Lei 072/17, apresentado pelo vereador Cleiton Fossá.

O projeto tem como proposta divulgar a lista de pacientes que aguardam por consultas, exames e cirurgias em nosso município, para que todos tenham previsão de quando serão atendidos, quantas pessoas estão na frente e para que possam ajudar a fiscalizar a eficiência do atendimento público. Claro que visa proteger a integridade dos usuários, ou seja, o nome, bem como as patologias e necessidades não seriam expostas de acordo com o projeto.

O vereador insiste, ano após ano, na aprovação de projeto pela transparência na saúde e que os investimentos públicos para a publicidade sejam destinados para a saúde da população, hoje cerca de 21 milhões.

 

Alessandra Favretto, Assessoria de Comunicação Cleiton Fossá

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