Chapecó – O vereador Cleiton Fossá transmitiu nesta semana no centro de Chapecó, por meio das redes sociais, um debate para pautar o controle de zoonoses no Dia Nacional dos Animais, celebrado no dia 14. O município tem uma estimativa de 50 mil animais abandonados. Há quase dois anos o mandato procura uma solução que envolve o combate dos maus tratos, bem-estar animal e o controle das doenças visando a melhoria na saúde pública.
As ONGs, os protetores e os voluntários de Chapecó realizam um trabalho que é do poder público. A falta de tempo, a falta de espaço, alergias, mudanças de residência e medo da toxoplasmose durante a gravidez são as principais causas do desamparo animal. A protetora Beatriz Buczkosky ressalta a dificuldade de abrigar os animais em sua própria casa.
“Não temos nenhum tipo de suporte da prefeitura e nem da vigilância sanitária. Temos acúmulo de animais em casa, só eu tenho 34. Nós retiramos dos maus tratos e não temos onde deixar. Então, precisamos arrumar lar temporário, tratamento, arrumar adoção e pagar as contas que são bem altas nas clínicas veterinárias. As parcerias com as clínicas existem, mas mesmo que elas façam o preço mais barato, nós precisamos pagar”.
A “Pretinha” foi resgatada na Aldeia Condá. Ela iniciou a quimioterapia para combater o câncer. O tumor cresceu nas partes genitais da cadela e é transmissível. Já na terceira seção de quimioterapia, a Pretinha poderá ter contato normal com outros animais e, quando concluir todas as seções ela ficará livre da dor que o tumor causa. Logo, ela poderá ser adotada.
É necessário frisar que os cuidados com os animais após a adoção são de extrema importância. A alimentação, vacinação, proteção do sol, da chuva e do frio devem ser levados à risca. Esses requisitos quando não realizados são considerados maus tratos, além de outras ações que são cruéis. O abandono é crime! A Claudete Michailoff é uma protetora individual e ajuda na proteção dos animais desde 1989.
“Antigamente era um número menor de abandono. Enfrentamos uma jornada dura e não recebemos apoio da prefeitura. Não recebemos nem dinheiro para a castração. Enquanto o poder público se omite, os voluntários e os protetores fazem isso. Não existem centro públicos e os animais são encaminhados para os protetores. E ainda, estou sendo processada por perturbação de sossego. Meu trabalho, que deveria ser do poder público, não é reconhecido”, afirma Claudete.
De acordo com o vereador Cleiton Fossá, a Secretaria de Saúde é a que mais possui orçamento em nosso município. “Garanto que se não tivessem gasto R$ 20 milhões no ano eleitoral, poderia ter sobrado muita verba pública para executar políticas do controle de zoonose em nossa cidade”. Em Santa Catarina, a pesquisa realizada em 2015 pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) ressalta que são 2,4 milhões de animais e 1,2 milhão de crianças, ou seja, nosso estado registra que o número de animais é o dobro do que de crianças.
“É importante ressaltar a questão da zoonose. Ano passado tivemos um caso de Leishmaniose, uma doença grave que acomete o ser humano também. Em Florianópolis teve 67 casos da doença em cães e dois casos em humanos. É uma doença gravíssima e sem tratamento. Mas o problema do brasileiro é esperar acontecer para poder correr atrás”, frisa o médico veterinário Fabio Paradizo de Mello.
Cleiton Fossá reconhece a importância de um centro de controle de zoonoses em Chapecó. “Fizemos uma representação ao Ministério Público, que já foi protocolada, para que o mesmo notifique a prefeitura e exija a construção e efetivação da política de controle de zoonoses e do bem-estar animal na cidade. Trata-se de saúde pública. Saúde dos nossos filhos, da nossa família, por isso não pode ser tratado com descaso pelo poder público”, ressalta Fossá.
Alessandra Favretto, Assessoria de Comunicação Cleiton Fossá