Chapecó – Nesta quarta-feira (23), o vereador Cleiton Fossá realizou uma transmissão ao vivo, por meio das redes sociais, para abordar a área da saúde em Chapecó. “O que está acontecendo com a saúde em Chapecó não é normal! Falta uma gestão pública responsável e eficiente!”, esta live ressaltou a importância do 6º artigo da Constituição Federal: assegurar a saúde para todos os chapecoenses. O vereador apontou os principais problemas da área.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), em 2017 cerca de 900 mil cirurgias não foram realizadas para os pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). O problema continua, pacientes das Unidades Básicas de Saúde de Chapecó relataram que até mesmo o agendamento de consultas é demorado, é necessário aguardar de 30 a 45 dias, e se a consulta for com especialista é necessário esperar por mais tempo, cerca de 30 a 90 dias.
O mandato visitou as Unidades Básicas de Saúde, a Roseli é uma entre os chapecoenses que não estão satisfeitos com a demora nos agendamentos. “Meu marido está esperando uma cirurgia de urgência desde janeiro. Ele trabalha com viagens, mas nem deveria estar trabalhando. Para agendar uma consulta já foi complicado, demorou mais de 30 dias. Antes disso, liguei dois dias antes para cancelar outra consulta, porque ele não ia voltar há tempo de uma viagem. Liguei para que pudessem passar outra pessoa na frente, mas para agendar de novo nós precisamos esperar mais 30 dias. Agora, nem previsão temos da cirurgia, imagina quantas pessoas esperam um procedimento desses”, ressaltou.
A falta de medicamentos é outro problema em Chapecó. Chega a faltar remédios básicos nas unidades e nos Prontos Atendimentos do município, como medicamentos para gripe, enjoo, dor muscular, asma, antialérgico, anti-inflamatório, pomadas e colírios. “Demorou um mês para eu ser atendida. Estou sentindo dor forte no braço, na última consulta disseram que eu precisava de um remédio. Fui na farmácia da unidade, mas não tinha. Adianta esperar 30 dias por uma consulta se vou continuar com dor?”, salienta Cleonice.
A estrutura dos atendimentos públicos de saúde não supre a demanda. Máquinas, que contribuem para o atendimento qualificado e eficaz, estão estragadas e outro problema é falta de planejamento para a distribuição de senhas no atendimento. Segundo a Célia, “Além dos 30 dias que demoraram para agendar a consulta, no dia que estava marcado eu liguei na unidade, minha mãe é idosa e ela tem muita dificuldade para andar, mas eles não tinham veículo para buscar ela e nem como atendê-la em casa. Precisei trazer ela hoje, mas sinto dificuldade para sair com ela de a pé. Não é tão pertinho”.
SisReg
O Sistema Nacional de Regulação (SisReg), é contemplado como um portal de transparência para que usuários possam consultar a sua posição nas filas de espera de consultas e exames. Entretanto, não cumpre esta função, pois o sistema foi criado para que gestores possam acessar informações, não o paciente. Além disso, não é transparente, já que não é possível nem mesmo visualizar quantas pessoas aguardam a sua frente ou atrás.
“Pacientes aguardam na fila há mais de três anos, esta é outra lacuna do sistema. Falta transparência. Se ele é o 50º da fila por exemplo, conforme passam os dias, os meses esta lista precisa ser atualizada, mas não é. O usuário precisa acompanhar sua posição, não pode ser o 50º para sempre porque exames são realizados todas as semanas e isto deveria mexer na fila de espera”, conclui Fossá.
Outro cuidado está relacionado a segunda consulta que é marcada para os pacientes. Há casos em que a segunda consulta é agendada antes da realização dos exames solicitados pelo médico ainda na primeira consulta. Por conta disso, o município pagará de qualquer modo a consulta para os médicos que atenderão os pacientes sem ainda ter o diagnóstico correto. Ainda, o SisReg não tem controle das cirurgias que são realizadas pelos hospitais. “Com este sistema, furar fila é fácil, porque não existem listas públicas dos pacientes que aguardam um procedimento”, frisa o vereador.
Transparência na saúde
O vereador Cleiton Fossá, visita as unidades de saúde desde 2013, ano que assumiu o cargo. Logo, por analisar os problemas de saúde pública, apresentou em 2014 um Projeto de Lei de transparência nas filas de espera, que foi rejeitado. O vereador reapresentou o projeto em 2015 e 2016, em 2017 devido aos pedidos de vista entrou em votação somente em 2018, ainda quando Fossá estava licenciado. Novamente foi rejeitado. Quatro vereadores foram a favor do projeto e doze votaram contra.
O projeto prevê que seja informada a data das consultas, exames e cirurgias, e não um tempo médio. Ainda, exige a atualização diária da lista, para que os pacientes saibam a sua posição na fila e para concluir, que seja criado um contato gratuito para consultar, reclamar e denunciar.
Alessandra Favretto, Assessoria de Comunicação Cleiton Fossá