Ética, Justiça e Compromisso com a Cidadania
Por Cleiton Fossá – Advogado, professor universitário e Secretário de Relação Institucional de Chapecó, Suplente de Deputado Estadual
O dia 11 de agosto não é apenas uma marca no calendário: é um chamado à consciência, à responsabilidade e à nobre missão de ser advogado. A data remonta a 1827, quando Dom Pedro I instituiu, por decreto, os dois primeiros cursos de Direito no Brasil, abrindo caminho para a formação dos primeiros juristas e para a consolidação das bases do Estado brasileiro.
A advocacia é mais do que uma profissão. É, como dizia Rui Barbosa, “uma missão”. No clássico discurso “Oração aos Moços”, ele nos recorda que a ética e a verdade são as bússolas que devem orientar todo advogado. Advogar é lutar, diariamente, para que a lei seja instrumento de justiça e não de opressão; é enfrentar pressões e resistir à tentação de atalhos fáceis, porque a verdadeira vitória é aquela conquistada com lealdade, coragem e dignidade.
O jurista Rudolf von Ihering, em sua obra “A Luta pelo Direito”, nos lembra que o direito só permanece vivo quando é defendido. Não há justiça sem advogados,de toga ou com os pés na terra, atuando em tribunais, escritórios ou comunidades, garantindo que cada cidadão possa exercer plenamente sua cidadania.
Vivemos tempos de polarização, em que narrativas distorcidas e “personagens virtuais” tentam sequestrar o debate público. Cabe a nós, advogados, como formadores de opinião, sermos pontes e não muros. Devemos combater a desinformação, aproximar as pessoas de seus direitos e promover o diálogo, porque a boa política, aquela que constrói, que escuta e que busca soluções, começa com o respeito à verdade. O artigo 133 da Constituição Federal nos honra e nos responsabiliza ao afirmar: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.” Não é apenas um dispositivo jurídico, mas um voto de confiança da sociedade no nosso papel de guardiões da justiça.
O advogado é, antes de tudo, um guardião da cidadania. Somos chamados a não seguir modismos nem “influenciadores” eleitoreiros, mas a beber nas fontes sólidas de nossas doutrinas e pesquisas, colocando o conhecimento a serviço de uma sociedade mais justa, equilibrada e livre.
Hoje é dia de celebrar, mas também de lembrar que a nossa missão vai além das salas de audiência: é ser voz de quem não pode falar, escudo de quem está vulnerável e farol para quem atravessa a escuridão da injustiça.
Neste 11 de agosto, que esta data seja mais do que uma comemoração. Que seja um pacto silencioso, mas firme, de cada advogado consigo mesmo:
Ser fiel à verdade, ainda que custe caro.
Defender a justiça, mesmo quando ela não está na moda.
Ser farol em tempos de neblina moral e política.
Porque, no fim das contas, a advocacia é isso: a coragem de defender o que é certo, mesmo quando o silêncio parece mais fácil.
Feliz Dia do Advogado!
Que a nossa luta diária continue a honrar a nobreza desta missão.