Chapecó – Entra ano e sai ano, a única coisa que muda são os algarismos, mas os problemas continuam os mesmos. Se os números diminuíssem já teríamos um avanço em relação à segurança de motoristas e pedestres, mas ao contrário disso as mortes no trânsito aumentam anualmente. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o quinto país com trânsito mais violento do mundo, em média 105 pessoas morrem por dia.
Em Chapecó, de acordo com os Departamentos de Trânsito da Polícia, 1ª DP, 2ª DP e 3ª DP, e ainda a Central de Plantão Policial (CPP) e Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) já foram registrados este ano 800 acidentes de trânsito:
* 544 atendimentos de acidente de trânsito (danos materiais);
* 1 atendimento de homicídio acidente de trânsito (homem) - condutor evadiu-se do local;
* 80 atendimentos de lesão corporal acidente de trânsito (homem);
* 10 atendimentos de lesão corporal acidente de trânsito (menor);
* 53 atendimentos de lesão corporal acidente de trânsito (mulher);
* 1 atendimento de crimes de trânsito - sem tipificação específica;
* 14 atendimentos de homicídio acidente de trânsito (homem);
* 4 atendimentos de homicídio acidente de trânsito (mulher).
Casos em que o próprio condutor se lesiona em acidente causado por ele mesmo:
* 66 atendimentos de lesão corporal acidente de trânsito sozinho (homem);
* 19 atendimentos de lesão corporal acidente de trânsito (mulher);
* 2 atendimentos de lesão corporal acidente de trânsito (menor);
* 4 atendimentos de morte em acidente de trânsito (homem);
* 1 atendimento de morte em acidente de trânsito (mulher).
O Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) ressaltou que 90% dos acidentes são causados por falha humana. O mandato do vereador Cleiton Fossá já abordou dois problemas frequentes em Chapecó: consumo de bebida alcoólica e a falta de respeito de pedestres e motoristas em relação às sinalizações de trânsito. Porém, é preciso refletir sobre o uso do aparelho celular.
Ele já estava preparado, de luvas e uniforme amarelo, e minutos antes do início da partida os torcedores ficaram assustados com a ação do goleiro do Atlético Paranaense. Aderbar dos Santos Neto estava em campo com o celular na mão, utilizou e em seguida colocou ao lado da trave.
A maioria dos brasileiros são apaixonados por futebol. No Brasil, a estimativa da população é de cerca de 207 milhões de pessoas. Só a torcida do Flamengo representa 18% desta estimativa. Os torcedores estavam cientes sobre a regra da Federação Internacional de Futebol (FIFA), por tal motivo ficaram assustados. A FIFA proíbe o uso de sistemas eletrônicos de comunicação entre os jogadores e o corpo técnico”. O goleiro e até mesmo o clube poderiam ser punidos pela ação.
O Atlético Paranaense relatou que tudo era encenação, pois sabiam que a ação causaria espanto. Frisaram também que tudo foi planejado para chamar a atenção da população em relação ao maio amarelo, mês de conscientização no trânsito. O goleiro, Santos, disse em entrevista para o G1 que “Mais do que tomar um gol, você pode sofrer um acidente por causa de uma distração com o celular. Esse foi o motivo de o celular estar ali antes de começar o jogo”.
Campanha ou não, a comparação é importante. É natural achar estranho o uso do celular em campo, já que existe uma regra que proíbe. A questão é: por que a maioria das pessoas acham incomum o uso do celular no futebol, quando no trânsito acham natural? É esta despreocupação que coloca o Brasil, segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), em terceiro lugar em acidentes de trânsito causados pelo uso do celular ao mesmo tempo que o motorista assume a direção.
A Abramet também concluiu que uma pessoa necessita de 8 ou 9 segundos para localizar o celular e atender uma chamada. Logo, se o condutor estiver a 40 km/h, que é a velocidade máxima permitida nas principais ruas de Chapecó, você percorre uma quadra inteira desatento. Se a pessoa utilizar o celular para responder uma mensagem, ela precisará de 23 segundos para concluir a tarefa, ou seja, mais de duas quadras desatento.
Ano passado o Brasil registrou 662.394 multas de motoristas falando ou mexendo no celular. Entretanto, os brasileiros não ficam incomodados com as punições que podem receber de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, nem sequer colocam em questão o risco que causam para outras pessoas e também para a sua própria vida. O que é prioridade para você? Viver ou responder uma mensagem? O momento é de reflexão.
Alessandra Favretto, Assessoria de Comunicação Cleiton Fossá