Chapecó – Em Chapecó, arquitetos e professores já manifestaram sua preocupação em relação ao direito à moradia. Para debater a temática, foi realizada uma reunião na Câmara de Vereadores na terça-feira (12), com a finalidade de assegurar o direito aos munícipes e proporcionar melhor qualidade de vida.
No encontro foi discutido a criação de uma lei municipal e convênios com profissionais para a execução da Lei 11.888/2008, pois permite que as famílias, que possuem até três salários mínimos, tenham acesso a profissionais que possam qualificar suas moradias, já que 85% dos brasileiros planejam e reformam suas casas sem orientações, segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR).
Além de garantir o direito dos cidadãos, é necessário também planejar a construção de moradias que colaborem com o meio ambiente. As casas de container, por exemplo, podem contribuir para a diminuição de resíduos e, desde que reutilizados, cumprem com a meta verde, além de ser uma alternativa moderna e importante para quem deseja concluir a obra em curto prazo. Ainda, os containers viraram tendência no mundo dos empreendimentos, proprietários que desejam e apostam em um espaço confortável e inovador.
As universidades de Chapecó trabalham a habitação do ponto de vista arquitetônico e ambiental. O curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), ganha valor na busca de soluções sustentáveis. “Busca-se inovações principalmente na reutilização de resíduos para construção de partes de moradias ou até mesmo obras completas. Um exemplo promissor, por exemplo, seria a produção de telhas feitas com tubos de creme dental, que são tão resistentes quanto as de concreto”, ressalta a estudante Évelyn Barrilli.
De 2017 para 2018, um casal foi destaque entre as notícias dos meios de comunicação de Santa Catarina. O casal, que preferiu não se identificar, moradores do município de Guaraciaba, estudaram ainda em 2011 a possibilidade de construir a sua moradia de forma sustentável. Para tal, além das pesquisas, participaram de um evento de bioarquitetura, e assim puderam criar o planejamento. A casa foi construída com madeira, pedras e terra, o preparo da pasta foi manual e necessário para tornar o barro resistente. Sessenta mil foi o suficiente para realizar o sonho do casal.
“Existem várias tecnologias que podem ser implantadas nas moradias e torná-las sustentáveis, como por exemplo, telhados verdes, telhas claras, sistema de captação de água da chuva ou ainda placas fotovoltaicas e aerogeradores de pequeno porte. Assim os proprietários saem ganhando com esse tipo de investimento, que pode gerar economia nas faturas mensais de água e energia elétrica, e o meio ambiente será menos explorado pelas grandes empresas fornecedoras devido a diminuição da demanda por parte da população”, salienta a estudante.
Chapecó têm 183.530 habitantes, de acordo com o censo de 2010 publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IGBE). Entretanto, a estimativa da população registrada em 2017 é de 213.279 habitantes, também ressalta o IBGE. " Os dados representam um crescimento significativo da população, precisamos encontrar um ponto de equilíbrio, garantir o direito à moradia e também ter a consciência que o meio ambiente necessita de atenção. Podemos sim planejar e construir moradias de forma sustentável", conclui o vereador Cleiton Fossá.
Alessandra Favretto, Assessoria de Comunicação Cleiton Fossá