Chapecó – A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), ressaltou que 80% de toda a comida do mundo é produzida por meio da agricultura familiar. A Rosane Coser é uma entre as 6.970 mulheres que moram no interior, Linha Rodeio Bonito. A empreendedora e agricultora, ressalta que todas as empresas que desejam trabalhar com a família, precisam estar de acordo que as deciChapecó – sões são tomadas por ela e pelo marido, em conjunto. "Eu cuido da parte da ordenha e o marido da parte da lavoura, os filhos estudam, participam da escolinha da Chapecoense e também conseguem achar tempo para ajudar em casa", ressaltou.
Independente, Rosane afirma que consegue levar os filhos de carro para a escola, mas nem todos os estudantes da comunidade conseguem ir de carro e dependem do transporte do interior. "Os filhos precisam ir até a cidade estudar, na nossa comunidade só tem até a quinta série. A ajuda do município é precária, nunca tem remédio, as estradas precisam de manutenção e transporte estão disponíveis em alguns horários", afirma.
A Vilma, 65 anos, e o Neri, 76 anos, moram na Linha Pequena, interior do município. Eles relataram que passam por inúmeras dificuldades, vivem em condições precárias, sem luz e sem água encanada em casa. Moram sozinhos desde que a filha faleceu em um acidente de carro. Se sustentar, sem acesso aos direitos básicos, para eles é um problema.
O transporte público não chega nas estradas estreitas e distantes do interior. Logo, o casal precisou caminhar até o centro da cidade. Demoraram duas horas para chegar. ? ?Iiii?, é bem longe, mas bem longe?, disse Vilma. Ela movimentou a mão várias vezes tentando, por meio de suas ações, expressar o quão longe é. ?As vezes o ônibus que busca as crianças pra ir para escola até nos leva para a cidade, mas cobra sete reais de cada um. Não temos como pagar, então o jeito é caminhar?, concluiu.
Vilma estava com a pele avermelhada, os olhos estavam lacrimejando e um deles inchado. ?Olha a mulher, ela está com alergia e com febre, agora nós vamos no posto de saúde?, salientou o Neri. Na Linha Pequena não existe unidade de saúde, a comunidade recebe uma visita a cada 30 dias, ou buscam atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Seminário. Entretanto, se alguém precisar de atendimento urgente a única solução é encontrar uma maneira de ir para a cidade. ?A gente pede para algum vizinho, que tenha carro, socorrer?, afirma Vilma.
O casal pratica a agricultura de subsistência, na pequena terra onde vivem a Vilma planta legumes e verduras, tubérculos e grãos. ?Eu sempre plantei, hoje planto milho, mandioca, mas já não tenho idade pra plantar muita coisa igual no tempo que eu morava na roça com o pai e a mãe , então os vizinhos que têm algumas terras ajudam a gente. Graças a Deus?, concluiu. O Neri afirmou que na Linha Pequena moram pequenos produtores, ?Os vizinhos sim, eles plantam pra vender. Tiram leite, fazem queijo também, tudo pra vender. Eles descem na cidade e vendem os produtos para os mercados menores, mas conseguem ganhar dinheiro. Mas eu não consigo nem com o peso da inchada mais. E tudo que a gente precisa é longe, os vizinhos que ajudam a gente, porque não temos ninguém?, ressaltou Neri.
O IBGE registra que cerca de 15.417 pessoas moram no interior. Rosaine e, o casal, Vilma e Neri, são apenas dois casos dos inúmeros que encontram dificuldade para ter acesso aos direitos básicos, que contribuem para garantir qualidade no modo de vida. O mandato do vereador Cleiton Fossá, continuará abordando a pauta, para que a prefeitura ofereça maior assistência e garanta os direitos de todas as famílias, e por conseguinte, contribua para o trabalho da população das comunidades do interior. Nos colocamos à disposição, se você deseja conversar com o mandato, entre em contato pelo whatsapp 985051015 ou por meio do Gabinete Virtual.
Alessandra Favretto, Assessoria de Comunicação Cleiton Fossá
Foto: Governo de SC