Postado em 08 de Setembro às 14h32

Dia Mundial da Alfabetização: ler, pensar e construir um compromisso de todos

    No Dia Mundial da Alfabetização, celebrado em 8 de setembro, renovamos uma certeza simples e poderosa: ler e escrever não é apenas habilidade técnica: é porta de entrada para cidadania, autonomia e participação. A alfabetização é a chave que transforma crianças e jovens de meros repetidores de informação em autores de soluções para os desafios da vida.
                                                                                                                                                                                                                                                           
Por que ainda precisamos agir?

    O Brasil avançou, mas a batalha não acabou. O Censo de 2022 mostrou queda significativa no analfabetismo, mas as desigualdades regionais ainda persistem. A PNAD de 2024 revelou que o país atingiu o menor índice da história entre pessoas de 15 anos ou mais. Um resultado animador, mas que ainda exige atenção, pois quantidade não garante qualidade.

    Outro ponto delicado é alfabetizar "na idade certa": em 2024, 59,2% das crianças da rede pública foram alfabetizadas até o fim do 2º ano do fundamental. Houve avanço em relação ao ano anterior, mas seguimos abaixo das metas. Alfabetizar cedo é dar asas para o aprendizado que vem depois.

Uma educação que combina família, escola e responsabilidade

    A educação não é um trem que passa apenas pela escola: ela é a ferrovia que conecta casa, sala de aula e comunidade. Quando a família acompanha, orienta e reforça valores, a escola pode cumprir seu papel de instruir. Sem essa parceria, a escolaridade vira apenas informação solta, como livros sem capa.

Na minha experiência profissional, como advogado, professor universitário e também nos espaços públicos que ocupei, sempre defendi a mesma ideia: a instrução cabe à escola, mas a educação é responsabilidade compartilhada. Respeitar e valorizar professores, oferecer estruturas atrativas e alinhar tecnologia com valores são passos concretos para formar cidadãos críticos, empáticos e capazes de pensar coletivamente, não apenas consumidores de conteúdo.

Professores: respeito, formação e valorização

    Como lembra José Carlos Libâneo, a profissão docente exige reconhecimento social, formação contínua e condições de trabalho dignas. Uma escola só funciona quando o professor é reconhecido como sujeito central do processo educativo. Investir em formação e em ambientes criativos é investir diretamente no futuro.

Métodos e práticas que funcionam

    A educadora Magda Soares, em suas pesquisas sobre alfabetização e letramento, ensina que alfabetizar é inserir a criança na cultura escrita, tornando-a capaz de usar leitura e escrita em situações reais. Não basta decodificar letras: é preciso compreender, interpretar e produzir sentido.

    Já Vitor Henrique Paro destaca que a boa gestão escolar não é luxo, mas condição pedagógica. Uma escola bem administrada abre espaço para inovação, uso responsável da tecnologia e participação da comunidade, transformando ensino em prática viva.

Tecnologia: aliada, não substituta

    Vivemos a era da informação instantânea. Isso é janela de oportunidades, mas também espelho das nossas falhas. Precisamos ensinar pensamento crítico, responsabilidade digital e criatividade. A tecnologia deve ser ferramenta de autoria, não atalho para memorização rasa. Quando bem utilizada, incentiva jovens a produzir, pesquisar e resolver problemas reais.

Estruturas que motivam

    Ambientes escolares limpos, seguros e inspiradores funcionam como jardins: atraem, nutrem e fazem crescer. Bibliotecas vivas, salas criativas e espaços acolhedores são convites para que crianças e adolescentes queiram estar na escola ? e aprender de verdade.


Uma chamada prática (sem politicagem)

    Neste Dia Mundial da Alfabetização, deixo algumas propostas práticas:

· Valorizar e investir na formação continuada de professores;

· Integrar família e escola com rodas de leitura, oficinas para pais e canais permanentes de diálogo;

· Avaliar não só se alfabetizou, mas como a criança usa a leitura e a escrita;

· Democratizar acesso à tecnologia com foco na autoria e no pensamento crítico;

· Priorizar a gestão escolar eficiente e participativa.

Alfabetizar: um compromisso de todos nós

    Vivemos em uma era em que a informação chega em segundos e a tecnologia está em cada bolso. Por isso, a educação precisa ir além da repetição: não queremos copiadores, mas autores de soluções. Isso só será possível quando escola e família caminharem juntas, unindo valores, disciplina e responsabilidade.

    Neste Dia Mundial da Alfabetização, reafirmo minha convicção: alfabetizar é transformar. É dar a cada criança a chance de sonhar, criar e construir o futuro. Esse compromisso precisa ser assumido por todos nós: famílias, educadores, gestores e sociedade.

Porque um país que lê e escreve é também um país que pensa, dialoga e age com empatia e responsabilidade.

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