Dia Mundial da Alfabetização: ler, pensar e construir um compromisso de todos
No Dia Mundial da Alfabetização, celebrado em 8 de setembro, renovamos uma certeza simples e poderosa: ler e escrever não é apenas habilidade técnica: é porta de entrada para cidadania, autonomia e participação. A alfabetização é a chave que transforma crianças e jovens de meros repetidores de informação em autores de soluções para os desafios da vida.
Por que ainda precisamos agir?
O Brasil avançou, mas a batalha não acabou. O Censo de 2022 mostrou queda significativa no analfabetismo, mas as desigualdades regionais ainda persistem. A PNAD de 2024 revelou que o país atingiu o menor índice da história entre pessoas de 15 anos ou mais. Um resultado animador, mas que ainda exige atenção, pois quantidade não garante qualidade.
Outro ponto delicado é alfabetizar "na idade certa": em 2024, 59,2% das crianças da rede pública foram alfabetizadas até o fim do 2º ano do fundamental. Houve avanço em relação ao ano anterior, mas seguimos abaixo das metas. Alfabetizar cedo é dar asas para o aprendizado que vem depois.
Uma educação que combina família, escola e responsabilidade
A educação não é um trem que passa apenas pela escola: ela é a ferrovia que conecta casa, sala de aula e comunidade. Quando a família acompanha, orienta e reforça valores, a escola pode cumprir seu papel de instruir. Sem essa parceria, a escolaridade vira apenas informação solta, como livros sem capa.
Na minha experiência profissional, como advogado, professor universitário e também nos espaços públicos que ocupei, sempre defendi a mesma ideia: a instrução cabe à escola, mas a educação é responsabilidade compartilhada. Respeitar e valorizar professores, oferecer estruturas atrativas e alinhar tecnologia com valores são passos concretos para formar cidadãos críticos, empáticos e capazes de pensar coletivamente, não apenas consumidores de conteúdo.
Professores: respeito, formação e valorização
Como lembra José Carlos Libâneo, a profissão docente exige reconhecimento social, formação contínua e condições de trabalho dignas. Uma escola só funciona quando o professor é reconhecido como sujeito central do processo educativo. Investir em formação e em ambientes criativos é investir diretamente no futuro.
Métodos e práticas que funcionam
A educadora Magda Soares, em suas pesquisas sobre alfabetização e letramento, ensina que alfabetizar é inserir a criança na cultura escrita, tornando-a capaz de usar leitura e escrita em situações reais. Não basta decodificar letras: é preciso compreender, interpretar e produzir sentido.
Já Vitor Henrique Paro destaca que a boa gestão escolar não é luxo, mas condição pedagógica. Uma escola bem administrada abre espaço para inovação, uso responsável da tecnologia e participação da comunidade, transformando ensino em prática viva.
Tecnologia: aliada, não substituta
Vivemos a era da informação instantânea. Isso é janela de oportunidades, mas também espelho das nossas falhas. Precisamos ensinar pensamento crítico, responsabilidade digital e criatividade. A tecnologia deve ser ferramenta de autoria, não atalho para memorização rasa. Quando bem utilizada, incentiva jovens a produzir, pesquisar e resolver problemas reais.
Estruturas que motivam
Ambientes escolares limpos, seguros e inspiradores funcionam como jardins: atraem, nutrem e fazem crescer. Bibliotecas vivas, salas criativas e espaços acolhedores são convites para que crianças e adolescentes queiram estar na escola ? e aprender de verdade.
Uma chamada prática (sem politicagem) Neste Dia Mundial da Alfabetização, deixo algumas propostas práticas:
· Valorizar e investir na formação continuada de professores;
· Integrar família e escola com rodas de leitura, oficinas para pais e canais permanentes de diálogo;
· Avaliar não só se alfabetizou, mas como a criança usa a leitura e a escrita;
· Democratizar acesso à tecnologia com foco na autoria e no pensamento crítico;
· Priorizar a gestão escolar eficiente e participativa.
Alfabetizar: um compromisso de todos nós
Vivemos em uma era em que a informação chega em segundos e a tecnologia está em cada bolso. Por isso, a educação precisa ir além da repetição: não queremos copiadores, mas autores de soluções. Isso só será possível quando escola e família caminharem juntas, unindo valores, disciplina e responsabilidade.
Neste Dia Mundial da Alfabetização, reafirmo minha convicção: alfabetizar é transformar. É dar a cada criança a chance de sonhar, criar e construir o futuro. Esse compromisso precisa ser assumido por todos nós: famílias, educadores, gestores e sociedade.
Porque um país que lê e escreve é também um país que pensa, dialoga e age com empatia e responsabilidade.
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