Chapecó – O mercado de trabalho formal de Chapecó apresentou sinais de retomada quanto à geração de novos postos de trabalho, nos primeiros meses de 2018. É este aspecto que se pode observar nos dados do Ministério do Trabalho (MTE) em relação aos meses de janeiro e fevereiro deste ano.
Somente nestes dois meses, o saldo entre admitidos e demitidos no município foi de 1.362 pessoas. Contudo, a série histórica demonstra que não estamos falando de um fenômeno recente – observar Gráfico 1 –, pois somente em 2009, no momento da crise imobiliária nos Estados Unidos e em 2015 e 2016, quando o país atravessava a crise política, que os resultados foram negativos em termos de geração de emprego em Chapecó.
O saldo de empregos gerados nos dois primeiros meses de 2018 é expressivo e fica atrás em nossa série histórica apenas de 2014, quando foram gerados 1.423 novos empregos entre janeiro e fevereiro. Entretanto, é necessário incluirmos mais informações para entendermos que tipo de emprego nossa economia municipal gera. Será que Chapecó, como polo econômico regional, apresenta uma dinâmica na geração de novos postos de trabalho? Quais tipos de empregos geramos em 2018?
Setores
Como resposta a esses questionamentos, partimos para análise desses novos empregos nos setores econômicos em que foram gerados. O setor de serviços foi o que mais gerou novos postos de trabalho com 646 novas vagas, seguido da indústria com saldo de 624. A construção civil gerou entre admitidos e demitidos um saldo de 81 novos empregos e o comércio 45 novos postos de trabalho formal. Já a agropecuária teve um resultado negativo de 34 vagas nos meses de janeiro e fevereiro de 2018.
Faixa salarial
O aspecto da faixa salarial mensal é outro indicativo importante que compõe nossa análise, pois a faixa até 1,5 salários mínimos foi a única que apresentou saldo positivo, ou seja, o saldo dos novos empregos gerados está na sua totalidade em salários que variam até o limite máximo de R$ 1.431,00 mensais. As faixas salariais mais elevadas apresentaram no período saldos negativos conforme expressados no Gráfico 2.
Escolaridade
O terceiro elemento que inserimos em nossa construção analítica e crítica quanto à dinâmica dos novos empregos gerados se relaciona ao grau de escolaridade dos trabalhadores contratados nestes novos postos de trabalho. Foram empregados 217 trabalhadores analfabetos nos dois primeiros meses de 2018 e outros 61 foram desligados. Confira na tabela abaixo do texto.
Resultado
O saldo dos novos empregos gerados demonstra que 83,85% destes postos de trabalho foram ocupados por trabalhadores com no máximo ensino médio completo. Este aspecto, aliado a faixa salarial mensal nos direciona para o entendimento que os empregos gerados em Chapecó em 2018 possuem baixa dinâmica tanto de vista da renda como do nível de especialização. Em relação ao sexo do trabalhador, pelo menos no período em que delimitamos nossa análise, do saldo total de 1.362 novos empregos, os homens significaram 66,08% dessas admissões.
Conclusão
A geração de emprego é fundamental, importante para nossa economia e principalmente para o trabalhador que a partir dele garante o sustento de sua família. Neste ano, nosso município é um dos principais do Estado na geração de postos de trabalho e apresentou expressiva concentração em faixa salarial de até 1,5 salários mínimos e baixo grau de escolaridade. O desenvolvimento qualitativo de nossa economia e consequentemente de nossa sociedade passa necessariamente por uma maior instrução e especialização dos trabalhadores e por postos de trabalho com melhores níveis de remuneração.
Assessoria de Comunicação Cleiton Fossá e Juliano Luiz Fossá, doutorando em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)